sábado, dezembro 22, 2007
O que importa é a nota II
Pelo que aqui foi dito fiquei a saber que existe um exame de equivalência à licenciatura em medicina. Apesar de tudo não é qualquer estrangeiro que o pode fazer. Aqueles que vierem de um país da União Europeia têm equivalência directa ao curso, tal como exigem as normas europeias. Como diz o Páginas Soltas parece mentira e só se imagina isto em Portugal...
Será que a prova é feita em português? Desconheço já que nunca vi, fiz ou até ontem tinha ouvido falar de alguma.
Se reparamos este método de seriação permite que pessoas com "pior" formação académica (leia-se provenientes de faculdades menos prestigiadas, menos exigentes,...) ultrapassem aqueles que procuraram os "melhores mestres". Em Portugal, um país que aposta na tecnologia e que quer aparentar ser moderno, ainda se fazem as selecções por métodos obsuletos e ultrapassados. Pior do que tudo isso as pessoas com poder consideram que estes são os melhores métodos de selecção... Só acho curioso porque se este método é assim tão bom, como esses dizem, porque é que o Belmiro de Azevedo ainda não se lembrou de fazer uma selecção dessas para a SONAE.
Será que a prova é feita em português? Desconheço já que nunca vi, fiz ou até ontem tinha ouvido falar de alguma.
Se reparamos este método de seriação permite que pessoas com "pior" formação académica (leia-se provenientes de faculdades menos prestigiadas, menos exigentes,...) ultrapassem aqueles que procuraram os "melhores mestres". Em Portugal, um país que aposta na tecnologia e que quer aparentar ser moderno, ainda se fazem as selecções por métodos obsuletos e ultrapassados. Pior do que tudo isso as pessoas com poder consideram que estes são os melhores métodos de selecção... Só acho curioso porque se este método é assim tão bom, como esses dizem, porque é que o Belmiro de Azevedo ainda não se lembrou de fazer uma selecção dessas para a SONAE.
Comentários:
«Inicial
Por tudo isso que disseste é que aquele método de seriação que sugeriste em posts anteriores (eu própria já tinha muitas vezes comentado um método parecido com os meus amigos) faz todo o sentido em Portugal.
Para além de se tornar muito redutor avaliar uma pessoa pela média de curso(aos 24 anos ainda vou estar a remoer as notas do 1º ano de que gostei menos LOL), sem ter atenção a todas as outras coisas que constituem o seu currículo e que podem ser muitíssimo relevantes para a especialidade escolhida: será que alguém que passa todas as suas férias de Verão desde o 1º ano a realizar estágios de cirurgia e que quer seguir uma carreira cirúrgica não terá um "appeal" maior para o seu futuro chefe, tanto pela competência técnica como pela dedicação??? Há uma coisa em comum em todas as faculdades: a quantidade e a qualidade daquilo que se aprende também depende do aluno (estágios, bancos, horas passadas no hospital podem ser superiores ao mínimo exigível se o aluno assim o desejar). Porém, o método actual não poderá nunca avaliar isto, porque não avalia competências técnicas nem de diagnóstico.
Desde que houvesse transparência (entrevistas gravadas, possibilidade de ver todos os processos no final e pedir recurso caso se justifique), acho que não haveria problemas de maior.
Para além de se tornar muito redutor avaliar uma pessoa pela média de curso(aos 24 anos ainda vou estar a remoer as notas do 1º ano de que gostei menos LOL), sem ter atenção a todas as outras coisas que constituem o seu currículo e que podem ser muitíssimo relevantes para a especialidade escolhida: será que alguém que passa todas as suas férias de Verão desde o 1º ano a realizar estágios de cirurgia e que quer seguir uma carreira cirúrgica não terá um "appeal" maior para o seu futuro chefe, tanto pela competência técnica como pela dedicação??? Há uma coisa em comum em todas as faculdades: a quantidade e a qualidade daquilo que se aprende também depende do aluno (estágios, bancos, horas passadas no hospital podem ser superiores ao mínimo exigível se o aluno assim o desejar). Porém, o método actual não poderá nunca avaliar isto, porque não avalia competências técnicas nem de diagnóstico.
Desde que houvesse transparência (entrevistas gravadas, possibilidade de ver todos os processos no final e pedir recurso caso se justifique), acho que não haveria problemas de maior.
Sara:
já estava a pensar que um concurso assim era uma ideia solitária, afinal também partilhas uma ideia semelhante. podias enviar uma proposta de concurso par ossopartido@gmail.com, para eu a disponibilizar aqui.
já estava a pensar que um concurso assim era uma ideia solitária, afinal também partilhas uma ideia semelhante. podias enviar uma proposta de concurso par ossopartido@gmail.com, para eu a disponibilizar aqui.
É muito semelhante à tua apenas com a adição de duas coisas:
- um exame no final dos chamados anos básicos, à semelhança do que se faz nos EUA (vendo bem, a tua proposta é bastante parecida ao esquema deles). Este exame teria de ter uma vertente aplicativa e não meramente enumerativa (casos clínicos aplicados às cadeiras básicas, interpretação de dados, etc). Era uma forma de garantir que nos anos básicos todos recebíamos uma formação minimamente equivalente, apesar de dar espaço para diferentes formas de ensino, ou seja, teria de dar liberdade às faculdades para optarem por PBL, integrado, "moda antiga" ou seja lá o que for. Haveria apenas um documento bastante detalhado em relação aos conteúdos que seria necessário dominar para esse exame. Este exame não teria necessariamente uma nota, mas seria antes uma garantia que um mínimo de conhecimentos básicos tinham sido atingidos.
- todos os exames, tanto o do ponto anterior como aqueles que seriam realizados ao longo do internato, deveriam incidir em tópicos universalmente aceites e relevantes para a prática clínica. Acabava-se de vez com isto de andarmos a decorar pormenores da treta do harrison's que não são úteis para a prática clínica, e alguns nem são indiscutivelmente aceites. Assim, acabava-se com a bibliografia única e cada um poderia escolher o livro que se adapta melhor ao seu tipo de estudo.
O único problema que eu vejo e eu própria não o saberia resolver é a divisão entre área cirúrgica e médica. Temos as especialidades médico-cirúrgicas (em Inglaterra há oftalmologistas médicos e oftalmologistas cirurgiões, mas será que queremos isso cá?) e não sei se haveria capacidade logística para tantos internos numa situação de diferenciação inicial em apenas duas áreas.
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- um exame no final dos chamados anos básicos, à semelhança do que se faz nos EUA (vendo bem, a tua proposta é bastante parecida ao esquema deles). Este exame teria de ter uma vertente aplicativa e não meramente enumerativa (casos clínicos aplicados às cadeiras básicas, interpretação de dados, etc). Era uma forma de garantir que nos anos básicos todos recebíamos uma formação minimamente equivalente, apesar de dar espaço para diferentes formas de ensino, ou seja, teria de dar liberdade às faculdades para optarem por PBL, integrado, "moda antiga" ou seja lá o que for. Haveria apenas um documento bastante detalhado em relação aos conteúdos que seria necessário dominar para esse exame. Este exame não teria necessariamente uma nota, mas seria antes uma garantia que um mínimo de conhecimentos básicos tinham sido atingidos.
- todos os exames, tanto o do ponto anterior como aqueles que seriam realizados ao longo do internato, deveriam incidir em tópicos universalmente aceites e relevantes para a prática clínica. Acabava-se de vez com isto de andarmos a decorar pormenores da treta do harrison's que não são úteis para a prática clínica, e alguns nem são indiscutivelmente aceites. Assim, acabava-se com a bibliografia única e cada um poderia escolher o livro que se adapta melhor ao seu tipo de estudo.
O único problema que eu vejo e eu própria não o saberia resolver é a divisão entre área cirúrgica e médica. Temos as especialidades médico-cirúrgicas (em Inglaterra há oftalmologistas médicos e oftalmologistas cirurgiões, mas será que queremos isso cá?) e não sei se haveria capacidade logística para tantos internos numa situação de diferenciação inicial em apenas duas áreas.
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