segunda-feira, abril 25, 2005

Recordes IV - Problemas de identidade

Doente internado por privação alcoólica, situação potencialmente grave e fatal. Em perfeito delirium tremens. Um by the book. Ainda bem que o doente não é 'meu' (será ético este sentimento de posse?). Mas mesmo assim fui chamado, por ser o médico mais próximo quando a enfermeira viu algo de assustador. Uma família, uma grande família de pediculus capitis que se esqueceu que o seu habitat natural era o couro cabeludo. Os ditos bichinhos, às centenas, passeavam alegremente pela cara e pescoço do dito doente. Estariam a viajar para ir visitar os seus primos próximos, os pediculus pubis, vulgo chatos?

O delirium tremens muitas vezes provoca alucinações nos doente, vendo galinhas a trepar paredes, ou minhocas debaixo da pele. Desta vez a alucinação era colectiva.

Estamos em pleno século XXI, como é possível ainda se encontrar infestações destas?

Comentários:

Então conto uma ainda mais interessante, este também tinha os chatos em todo o lado e levou uma caixinha de fósforos com uma amostras dos animais.  
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Recordes III - A oligofrenia tem limites

A oligofrenia tem limites.
Nos 3 meses que tenho estado no Serviço de Medicina de Lamego é o terceiro internamento que conheço à D. Lurdes. Senhora com uma demencia senil em estado avançado atirada para uma cama há alguns anos, algaliada, alimentada por sonda naso-gástrica, completamente dependente de terceiros, neste caso do filho. O título nada tem a ver com a senhora, mas infelizmente com o filho. O QE (quociente emocional) que demonstra em querer tratar da mãe em casa, falta-lhe em QI para o conseguir fazer. Após sucessivos internamentos da Sra. por ITUs (Infecção do Tracto Urinário) altas e baixas, infecção respiratória, infecção das escaras, etc, tenta-se sempre explicar ao rapaz que a mãe precisa de cuidados continuados e que estaria melhor num lar. NÃO e NÃO e NÃO e só confia num qualquer ‘especialista’ de Braga onde a leva de 4 em 4 meses para controlar o coração. É preciso referir que o dito é suficientemente oligofrénico para ser necessário a GNR ir à frente ‘abrir caminho’ às enfermeiras do centro de saúde que lhe vão dia sim dia não fazer pensos, pois as recebia de caçadeira.
Este internamento complicou. Entrou com uma pielonefrite, que curámos, mas as escaras infectaram para além do controlável. Necrose avançada nos dois pés, típica da sua DM2 mal (muito mal) controlada. Proposta para cirurgia para amputação dos dois membros. Entretanto a sra já estava com cateter central para administração de fármacos e alimentação parentérica de apoio à alimentação pela sonda. Começa a insistir que quer levar a mãe ao especialista de Braga. Por muito que lhe explicássemos a verdadeira situação, o perigo de uma sépsis, a inviabilidade dos membros inferiores, o homem só se preocupava que a mãe andava a urinar pouco (olhava para o saco da algália), que o coração não batia certo (tinha uma arritmia desde a entrada). ‘Ela está melhor, não está?’ ‘Quando a posso levar para casa?’. Negação ou falta de capacidade de compreensão? Até que começa a ameaçar as enfermeiras que se a mãe morre, faz como aquele de Faro (que baleou o médico da mãe). E toda a gente acreditou. Não foi com estranheza o dia em que chegou um quanto transtornado e que queria levar a mãe para casa, naquele momento. Foi difícil controlar a situação até que se pudesse sequer retirar o cateter central e escrever uma carta para a equipe de enfermagem do centro de saúde. Terá ido ao ‘especialista de Braga? Que terá este feito?

Comentários:

E, nestes casos não se pode retirar ao filho a possibilidade de decidir pela mãe?  

exacto...o filho pode decidir pela mãe?
sei que tem demencia senil, mas o hospital não pode dizer que o filho tb tem visto ele tratar assim a mãe?
ou estou a ser radical?  

Existem formas de retirar a reponsabilidade legal de - p expl- uns pais em relação a um filho perante evidência clara que a sua decisão vai provocar agravamento da situação clínica da criança.
Presumo que nesta situação isso também seja possível.  
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Recordes II - Recorde de HTA

Nunca tal (ou tanto) tinha visto. Jovem de 30 anos (agora que ando a chegar perigosamente a essa idade, já os apelido de jovens) vem à consulta de Medicina Interna regular, estando a ser acompanhado pela sua HTA, já estudada e definida como ‘essencial ou primária’. Peso-o, dou duas de treta com o jovem (inquiro como tem passado), meço-lhe a dita tensão e… 230/150mmHg. Erm… Verifico no outro braço. Igual. Consciente da minha inexperiência, e não me acreditando nesses valores por aprendermos que o homem não podia/devia estar sem sintomatologia, informo o tutor que verifica e ratifica o valor.
‘O sr. tem tomado os comprimidos?’
‘Volta e meia de manhã esqueço-me, com a pressa.’
Mais tarde, quando lhe perguntámos se precisaríamos de passar alguma medicação diz-nos para passar todos porque tinha feito uma limpeza ao frigorífico e deitado todos fora. (Frigorífico?! Era para não se estragarem). Moral da história. Há uns dias que não tomava e há uma coisa chamada efeito rebound.


Umas gotitas de Nifedipina que apenas o beliscaram para 190/140, mais um captoprilzito, ‘fique aí sentado para lhe baixarmos isso’, refilando que tinha de ir apanhar os funcionários, lá lhe conseguimos normalizar… baixar a TA para valores minimamente aceitáveis, ligeiramente abaixo do estipulado como bomba relógio para que o homem não caísse redondo à saída das consultas. Nem que seja para não assistir à discussão que já vi no HSJ sobre se sai uma maca da urgência ou se chama o 112 (115 na altura). História para outro tópico. De nada me parece ter servido todo o latim gasto a tentar educar o dito jovem para os perigos da HTA, em especial com valores tão altos. Reagiu apenas quando me despedi dele com um ‘ou cumpre a medicação ou vá comprando um caixão’, pouco ético mas muito sentido.

Comentários:

Um caso interessante para lembrar o que a pressa por vezesfaz esquecer.
Um jovem meu doente, veio à consulta para passar um atestado,para futebol federado, era uma promessa que ía à experiência para o Sporting.
Observei num jovem de 16 anos uma HTA moderada.
Auscultei o indivíduo e nodorso tinha um sopro interescapular.
Pedi a um colega cardiologista que o observou e disse depois de o informar, que podia passar a declaração ou verbete.
Resposta da minha pessoa, não passo, e reenvie o doente. Investiguei e confirmei o que suspeitava, coortação da aorta a que já foi operado, depois de terandado 2 anos a ser cateterizado, com tentativas de dilatação com balão, que lhe íam danificando aos poucos a íntima, numa extensão de aorta de cerca de 5 cm, num centro que deveria ser de excelência.
Vou ao casamento do rapaz brevemente, tinha na altura 16 anos.  

O que é uma HTA? É que nem todos somos médicos! Ou será requisito para ler este blog? ;)  

Peço desculpas ao amigo shicat, HTA-hipertensão arterial.  

Eu calculei pelo sentido das histórias... mas nada como uma explicação para os leigos. Obrigada.  
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Semana de Recordes I

Semana iniciada de forma original, pela negativa. Furtaram-me o carro. Na verdadeira acepção da palavra. Sábado fui tomar um copo ao bar do CDUP (que aconselho vivamente) e quando chego ao lugar onde tinha estacionado, em local legalmente permitido (passo o pleonasmo), o dito não se encontrava lá. Único sinal positivo para o facto de não ver vidros no chão. Sigo para a esquadra da PSP de Cedofeita, onde explico o sucedido. Após 20 minutos de tentativa do sargento de turno a telefonar aos vários reboques da PSP e Câmara, sou informado calmamente que o carro tinha sido furtado. Algo que já sabia ad inicium. Continuando o meu exercício de sangue frio e auto controlo após me ter lembrado que as chaves de casa do Porto e de Vila Real estavam dentro do carro e que teria com certeza moradas algures nos papeis desarrumados da minha chapeleira, acordo o meu irmão para poder entrar em casa e dormir. Às 8h30 da manhã sou acordado com um telefonema da PSP a informar que tinham encontrado o carro, sem ocupantes, e que necessitavam da minha presença para tirar impressões digitais. Carro inteiro, sem danos de maior, com 100Km a mais, menos gasolina, uma aparelhagem estereofónica e material de pesca não me pertencendo, com as chaves todas, sem uma camisola e um cachecol, e SEM O MEU ESFIGMOMANÓMETRO... Para que raio querem eles o meu medidor de tensões? Iremos ter agora uns toxicodependentes finos ao usar, em vez um qualquer garrote, usar o esfigmomanómetro? Irão iniciar um estudo sobre qual a pressão ideal para um maior efeito das drogas injectáveis?
Se forem à Vandoma e virem lá um esfigmomanómetro LITTMAN, telefonem.
Moral da História – Comentário do PSP que me entregou o carro. ‘Tem muita sorte em o carro estar inteiro. Têm usado Rovers e Puntos para abrir montras em lojas.’. Entram de carro montra dentro para roubar o conteúdo. Acredito que não fiquem em muito bom estado. Enfim…

Comentários:

:) E a sebenta de fármaco? Ficou?  
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quarta-feira, abril 20, 2005

O Rei vai Nú !!!

Andava o rei (governo de José Sócrates) à procura de um fato de gala (lei da interrupção voluntária da gravidez), para parecer bonito perante o povo. Mas, o alfaiate (grupo parlamentar) não teve tempo de preparar o fato e, à falta de melhor, resolveu vestir o Rei de... nada. Convencendo-se que estava a envergar o melhor fato de gala alguma vez feito, o Rei, desfilava nú perante o olhar (in)crédulo do povo. Contudo, como tinham todos medo do poderoso Rei (estavam feitos com o sistema), ninguém ousava desmenti-lo. Até que um catraio, pobre mas de boas famílias (deputado da oposição), resolveu gritar bem alto: O Rei vai nú!!! O Rei vai nú!!! (afinal as 10 semanas são 16)
Calem-me esse ganapo. - disse o rei. - Ele não sabe o que diz! E ainda convence os outros que isso é mesmo verdade... (vamos aprovar isto depressa, ao mesmo tempo que votamos para os gajos das câmaras e sem discutir as implicações que é para ver se ninguém dá conta e votam todos a favor)

Quem nos lê regularmente sabe que já aqui transmiti a minha opinião acerca da despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Resumindo... é algo que me choca profundamente, apesar de não conseguir definir um limite para o início da vida, mas que não me sinto no direito de negar a quem o queira fazer.

E dito isto, posso passar a criticar a verdadeira farsa que se está a viver neste momento. O PS, arrastado pelos partidos de extrema-esquerda, quer a toda a força alterar a actual lei. Com isso, estou de acordo. Mas convém não esquecer que já uma vez o "povo" se pronunciou acerca disso (e disse não). Ora, pode mudar de opinião (que parece que é o que vai acontecer), mas não era necessário "cozinhar" tanto o "sim" à despenalização do aborto! Nem era necessário demonstrar tanta sofreguidão para realizar o referendo. Para que se possa decidir em consciência, em algo que é um conflito de valores éticos e morais, é preciso tempo para discussão e reflexão. E este tema "fracturante" como já alguém lhe chamou, não pode nunca virar bandeira de luta política. Não se trata aqui de uma luta direita/esquerda. Estou certo que há muita direita que discorda da actual lei e muita esquerda que nela se revê. A questão não é política, por muito que isso custe ao Anacleto Louçã e aos seus camaradas.
A questão política (e de Saúde Pública se quiserem) é a inabilidade, a inépcia que o Estado tem demonstrado ao longo das últimas décadas em implementar um sistema de Planeamento Familiar e Educação Sexual eficaz e sem tabús. Porque muito mais importante do que colocar uma cruz num boletim a "despenalizar" o aborto e nunca mais se lembrar disso, é mudar as mentalidades tacanhas de grande parte da sociedade e permitir a vivência da sexualidade responsável em toda a sua plenitude.

Mas passando às anedotas:

A pergunta do referendo...
«Concorda que deixe de constituir crime o aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez, com o consentimento da mulher, em estabelecimento legal de saúde?».
Com o consentimento??? Ou a pedido? Será que pode ser o médico, ou a mãe ou o namorado a "sugerir", e a mulher só tem de "concordar"?
E "estabelecimento legal de saúde"??? Por acaso existem estabelecimentos ilegais???
E já agora... porque raio é que neste aspecto o pai nunca tem direitos??? Por muito que a mulher tenha o direito a dispôr do seu corpo, procriar não é um acto solitário...

Quem quiser pode ver aqui o texto do projecto-lei... E aqui está o pomo da discórdia:
«...caso se mostre indicada para evitar perigo de morte ou grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica, da mulher grávida, designadamente por razões de natureza económica ou social, e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez;»
e quem é que atesta este perigo de morte ou grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde por motivos económicos e sociais? O médico, que vê a grávida uma vez num serviço de urgência? Já estou mesmo a ver, que em vez de irem parar ao tribunal as mulheres que abortam, vão passar a ir os médicos que atestam... levados a tribunal por atestar algo que não conseguem provar e que pode ir contra os interesses de terceiros. É bom que a classe política se convença de uma vez por todas que os médicos são apenas médicos. Não são juízes, nem videntes. E está na hora de o Estado enquanto tal, assumir as questões desagradáveis e deixar de se esconder atrás da fachada dos médicos (há anos que os atestados de incapacidade fraudulentos são responsabilizados nos médicos; mas há mais anos ainda que o Estado se quis livrar desse fardo e transferiu o dever de atestar pela honra, coisas que muitas vezes nem sequer são atestáveis).
E já agora, quais são os motivos de ordem económica e social que podem causar perturbações graves e duradouras na mulher??? Eu não sei! E duvido muito que alguém saiba.

Se querem despenalizar o aborto até às 16 semanas, por mim tudo bem. Não consigo encontrar nenhum motivo para colocar o "limite" num ou noutro período, mas parece-me da mais profunda desonestidade, querer colocar nas 16, perguntando se concordam com as 10... Mais uma "artimanha" a que este Governo (e outros que tais) já nos habituou... Estes senhores (se é que se lhes pode chamar senhores), já deviam saber que os fins não justificam os meios...
O que interessa é ter um fato de gala bonito (à boa moda portuguesa... o que conta são as aparências)... mesmo que ninguém ouse dizer que: o Rei vai nú, e que o que tem lá por dentro é menos que nada... é desonestidade, falta de coragem e transparência...

Comentários:

20 valores  

Naaa.. não dou 20! :)
Algumas discorâncias: Lí este post e o outro (linkado) com atenção. O limite para "vida humana" que tu propôes é tão arbitrário ( e sem fundamento)como outro qualquer. No fundo só há 2 marcos que se podem definir com alguma precisão: o nascimento e a concepção. Qt ao primeiro, não há dúvidas. Qt há concepção, é evidente que ninguém sabe ao certo quando acontece. Portanto, e para mim, ela "acontece" quando a mulher sabe que está grávida... e por isso aceito, sem qq restrição, todos os métodos contraceoptivos, ditos abortivos ou não. Qd a pessoa oos utiliza não sabe se está ou não grávida. Está a fazer prevenção. Todos os outros prazos são baseados em mt pouco: 10 semanas- pq?. 12 sem. bem diferencia-se o SNC, mas é como se fosse o de uma lesma, e antes, já lá estavam as células. 16 sem, ainda é embrião. 24 sem...? As 34 que tu referes indicam sobrevivencia extra-uterina como? se medicamente assistida é actualmente mais cedo, até com < 30 semanas, se é autónomamente pelo feto, então é lá prás 36-37
Dito isto o que para mim marca, é a concepção: tudo o que for feito após conhecimento disso é IVG, ou de modo crú, aborto. Mas deve haver situações em que pode e deve ser despenalizado.

E não se fala/questiona infanticidio? Vê este caso actual em Inglaterra. Nos EUA, onde as questões são extremadas e legisladas ao máximo, em mts estados (qs todos) a IVG é permitida até ao 9º mes (ate ao nascimento) E já se discute se, perante doença ou malforamação não detectada, e apedido dos pais, se se poderá ou não cometer infanticidio eugénico. No fundo qual a diferença entre um feto 1 dia antes de nascer e 1 dia depois de cá estar fora!  

Qt à despenalização da IVG propriamente dita:

Também não concordo contigo qd dizes que não "temos" o direito de o negar a quem o queira fazer. Uma sociedade, nós, temos o direito e o dever de impor regras de conduta. E muitas coisas estão restringidas, mesmo q não interiram com os outros, p ex - não podes prescindir da tua liberdade, tornar-te escravo de alguém, mesmo que o queiras...

Tb não concordo qd dizes que em portugal só é permitida a IVG em casos de violação, malfomação grave e risco de vida para a mãe. Além dos 2 primeiros casos a lei portuguesa diz: "Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez;"
E aqui está o busilis da questão. esta lei é igual à espanhola, ou melhor, a espanhola é uma cópia da nossa, Só que lá é aplicada. Se uma grávida invoca grave doença psiquica com a gravidez, isso é atestado por um médico competente (sempre) e a IVG é feita. Em Portugal, não... mas com esta lei pode ser feita, e acho esta permissa lógica. Se há vida (qt a mim) não pode ser porque a mulher quer, deve existir uma razão forte!
Ou seja, em Espanha perante uma lei igual, a sociedade civil (nós) mexeu-se e criou condições para em hospitais públicos ou privados (conforme as autonomias) a IVG seja praticada dentro da lei. Cá em Portugal, nada... esperamos que a lei faça tudo por nós: e nunca o vai fazer!  

Por fim: concordo (vá lá :) que este projecto lei socialista é uma cagada. Para alé da pergunta proposta para orefrendo ser enganadora quanto aos prazos, a lei está mal feita.
A pedido da mulher até as 10 semanas. Até as 10 semanas, grande parte das mulheres não sabe q está grávida. e se sabe, a maioria não conseguirá fazer IVG em tempo útil. Porque, como tu dizes, não vai ser chegar à urgência de fazera a a seguir uma IVG. Terá sempre que haver uma consulta orientada para a questão, uma avaliação psiq e avaliação médica prévias...

Até às 16 semanas nos casos em q a lei já refere... acrescentando aquilo das "razões de natureza económica ou social" O prazo até acho razoavel, mas mistura alhos com bugalhos, razões médicas com sociais. E é como tu dizes, quem, como e durante qt tempo, atesta essas razões económicas e socais?

Filizando, é já foi demais. Em minha opinião a actual lei é boa, permiye a IVG invocando uma razão psicológica (como em espanha) o que me parece razoável. è só aplica-la cabalmente. O prazo podia ser largado até as 16 semanas, mas será sempre arbitrário...

Cumprimentos!  

Razões psicológica...e económica...

Eu, Joaquina, gosto do Manel. E até há uma noite em que ele olha para mim...e aqui vai disto...mas não há preservativo...e então? Pode ser que assim até arranje forma dele ficar comigo pelo filho...ou então...IVG!!

Oops!! Saiu-me a lotaria...mas ele não quer saber. Que aperfilha, se se provar que é dele... Casar?? Devo estar tolinha...
E pronto...ai que estou grávida e não o quero...que fazer?

IVG!!
Tenho justificações de sobra!!

Tou a ficar tola só com a ideia da gravidez...e tou já a ganhar uma depressão. Mãe solteira, a vizinhança a apontar pra mim...que vergonha!!
E o meu corpo? Com 25 anos e já com uma barriga cheia de estrias...nunca mais usarei biquini...e as mamas...que horror!! Vou ficar a odiar a criança para sempre...e o que é uma criança odiada pela mãe? Não, não há condições!!
E o dinheirinho?? A comida, as fraldas...eu não posso...
O trabalho ao balcão mal dá pró cabeleireiro e para a maquilhagem, nunca mais ia poder sair à noite... Ia ficar sem dinheiro para mais nada... E filho meu tem que ser criado com tudo a que tem direito... Já sei que a minha mãe diz que eu fui criada com fraldas de pano e brinquedos feitos pelo pai...mas o meu filho tem que ser um rei...não é esta a melhor altura...tenho que o tirar... E depois como é que o tratariam na escola? Sem roupas de marca, sem as consolas, não, nem pensar, não há condições!!

Sim, ridicularizado...
Mas estas razões...
Ó coisinhas difíceis de definir...

Ah!! E eu sou do sexo feminino, e até entendo o Francisco...mas a minha liberdade acaba quando começa a do outro...  

lala: concordo que uma mulher que tem uma gravidez indesejada, não a queira levar até ao fim. Choca-me que isso seja feito através do aborto, mas aceito que o possa fazer, para que não tenha que viver toda uma vida a carregar "o fardo" de um filho indesejado.
Agora se o pai (que estava lá quando a criança foi feita), quer assumir a paternidade e quer ter esse filho, responsabilizando-se por ele, a "liberdade" da mulher abortar esbarra na "liberdade" do direito à paternidade. E assim sendo, como a criança até é desejada, deve-se decidir no seu melhor interesse e a gravidez levada até ao fim.
Da mesma forma que a responsabilidade pela contracepção é partilhada entre o homem e a mulher, a responsabildiade pela concepção também o tem que ser!

jocapoga: obrigado... não pedia tanto!

gasel: oh... dá lá... :)
1. O limite da vida humana. Conforme foi dito num dos comentários do outro texto, as 34 semanas faladas, eram um bocado como os feriados móveis: vão variando com os avanços da ciência. Quando fiz obstetrícia na faculdade, o limite de viabilidade estava nas 34 semanas, se agora estiver nas 32 ou nas 30, então que seja esse o limite. E este é que é o verdadeiro "nascimento". Porque qualquer interrupção da gravidez nesta altura, vai resultar não num abortamento, mas sim num parto prematuro (em que a criança sobrevive "apenas" se for para a incubadora!) E não vamos confundir isto com abortamento/infanticídio eugénico. A possibilidade de "seleccionar" crianças (ou fetos) doentes e os "matar à nascença" é uma discussão que nos pode levar muito longe, mas que não é para aqui chamada.
Por isso volto a referir que em minha opinião vida, deve ser considerada a partir do limite mínimo de viabilidade (medicamente assistida).

2. As liberdades. Para mim, o único travão à liberdade individual é a liberdade colectiva. Chama-me liberalista se quiseres... :) Mas que liberdade é essa que me obriga a ser livre? Se eu não tenho a liberdade de prescindir da liberdade então não serei verdadeiramente livre.
Posto isto, também acho que a sociedade deve impôr regras de conduta (principalmente nas questões que implicam liberdades colectivas, mas não só) e nesse caso, quem não está bem tem a liberdade de se mudar...
Neste caso, não acho que a liberdade colectiva de "não se realizarem abortamentos voluntários" justifique sobrepôr-se à liberdade individual. Não gosto, mas acho que tenho que aceitar.

3. A lei actual. Reconheço a minha ignorância!!! Não sabia qual era o articulado exacto. Se assim é, como tu dizes, acho que este ponto concreto está bem! Mas acho que a grave doença psíquica deve ser sempre assegurada por mais do que um médico (um dos quais preferencialmente psiquiatra). E também acho que todas as interrupções voluntárias de gravidez devem ser antecedidas de "aconselhamento" psiquiátrico, de forma a perceber porque é que a mulher quer fazer a IVG e se essa é a única alternativa (mas não para a "convencer" a não abortar).

4. A sociedade civil. É por isso que nos últimos 20 anos, a sociedade espanhola recuperou o atraso que tinha e vai agora na frente do pelotão... A nós não nos chega ter que ser o Estado a fazer tudo... Fazemos é tudo para que o Estado não faça nada!

5. A lei socialista. É de facto uma borrada... Concordo que possa ser até às 16 semanas, mas que seja assumido. É arbitrário, mas qualquer prazo escolhido o será!
É preciso é decidir, quem faz o quê, como e em que condições. Ah e já agora, era escusado ter o ponto que "obriga os profissionais de saúde ao sigilo"!!! É de bradar aos céus, como se isso já não fosse obrigatório!
Ainda bem que concordamos com alguma coisa!!! :)))

Francisco: para mim é óbvio que o PS está a ser arrastado pelos partidos de extrema-esquerda (BE, PCP e JS :)). Eles não o estão a empurrar, mas o PS que ocupar este espaço político e não deixar que seja bandeira de luta dos outros.
Concordo contigo em relação ao direito à paternidade.

Anónima: gostei da tua história, que retrata exactamento o motivo errado para fazer abortos. E que infelizmente, à falta de uma política de saúde reprodutiva integrada e de educação sexual efectiva, poderá ser a mais comum...
Quanto às liberdades, torno a repetir que, caso o pai queira assumir a paternidade, o direito da mulher à sua sexualidade choca com o direito do homem à paternidade e portanto, não pode ser concedida a liberdade apenas à mulher.
Volta mais vezes!

E até breve que isto já vai longo!!! Espero que continuem todos a participar.  

Independentemente de discutir quando e em que condições deve ou não se aceitar o aborto, correia de campos já começou a falar que é o contribuinte que vai pagar, e como o SNS é universal e gratuito, vai ser um regabofe. Atente-se à utilização da pílula do dia seguinte adoptada como método anticoncepcional, é o problema da responsabilidade das pessoas, hoje em dia, nem o têm com o próprio corpo, e não culpem a Igreja,
A educação já não é o que era por mais condições de ensino e por mais campanhas, é a promiscuidade totalNão estou disposto a desmbolsar mais dinheiro em impostos para mais esta, a esquerda caviar que pague.  

Permite-me discordar com o teu post, sobre este poçémico tema.
Não terá a mulher esse direito de decidir? Terás tu uma visão tão egoísta da vida, que te leve a pensar assim?
Claro que há métodos contraceptivos, mas sendo tu médico, bem deverias saber que por vezes o momento fala mais alto, e com ou sem preservativo as relações sexuais acontecem.
Que forma hipócrita de querer tapar o sol com a peneira, e tentar recusar uma situação que existe e que está aos olhos de todos?
Não será mais honesto e digno, ter consciencia de que é um problema a gravidez na adolescencia, e que se clhar, uma gravidez nao desejada vai terminar na manchete do Tal & Qual com "rapariga de 16 anos, deita be´be no lixo e é condenada a x anos de prisão"? Preferes ser mais um elemento da sociedade conivente com estas notícias?
OU não lês tu que ha tantas crianças em instituições de caridade?
Nao sera mais digno, e humano, que as mulheres que a isto queira recorrer, possam faze-lo em estabelecimentos de saúde LEGAIS (sim, porque devias saber que há muitos estabelecimentos de saúde onde se fazem estas ilegalidades).
PENSA NISSO. Lembra-te que a verdade, tal como um n-edro, tem muitas faces, e tu estás apenas a olhar para um vértice.

Bom fim de semana.  

O Ana, sugiro-te que voltes a ler o texto... e já agora, que o leias todo! Já disse várias vezes que o aborto me choca, mas que não me sinto no direito de o negar!
Agora, também não abdico é de insistir na implementação de uma política de educação sexual moderna, eficaz e adequada!

E o facto isolado de algo se fazer de uma forma ilegal, não pode ser nunca a justificação para o legalizar!  

Só para recordar uma coisa à Ana: Não por a lei despenalizar a IVG até às 10, 12 ou 16 semanas que o aborto ilegal vai desaparecer, especialmente o aborto nas adolescentes, especialmente numa sociedade como a nossa
Grande parte das adolescentes não quer q se saiba, o q condicionaria logo a IVG num hospital público: pode-se fazer uma IVG numa menor de 15 anos sem consentimento paternal? Mesmo q isso fosse ultrapassdo, coheces mal a realidade hospitalar: tudo se sabe, tudo se conta.
Mesmo com uma lei completamente despenalizdora, mts adolescente não recorreriam a 1 hospital público, não teriam dinheiro para uma clínica privada legal... e acabraim nos tais vãos de escadas, a fazer um aborto ilegal.  

Medman: mas obriga, tu não podes não ser liver. E isso nada interfere com as liberdades colectivas. :)

Ok, fica 19!  

não é fígado... é livre!  

Desculpem... e obrigado francisco! É claro que são 24 semanas!!!

Quanto à liberdade de não sermos livres, acho que essa é a única forma de sermos verdadeiramente livres (é podermos abdicar dela)! Seu... conservador :)  
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domingo, abril 17, 2005


Um dia de chuva... Posted by Hello

Comentários:

Qm fez a fotinha ?  

Parabéns, Dr. Medman. Está fabulosa... Vários amores perfeitos...num, amor perfeito!!
Eu  

william: moi même... tal como as outras que vou pondo aqui no blog e as "fotos da semana"

eu: obrigado... i'm flattered  

Já te disse: fantástica. se houvesse prémios estava ganho. No seguimento da nossa conversa exorto-te a concorrer com ela (e outras) a concursos.

Francisco  

Belíssima foto! Parabéns.  
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sexta-feira, abril 15, 2005

Soberano... mas nem tanto!

Diz-se que em Democracia o Povo é soberano... ou talvez não seja.
Parece que é intenção do Governo, aprovar um diploma para limitação do número de mandatos de cargos políticos. Na minha opinião é uma das maiores aberrações que já ouvi... É a própria negação do princípio democrático, onde todos são livres de se candidatar e todos são livres (e têm o dever) de eleger!
Bem sei que há políticos de carreira, que estão nos mesmos cargos há mais de 20 anos... Bem sei que há muito quem seja contra isso. E então??? Pergunto eu.

Será que nas Empresas Privadas, também vão limitar o número de mandatos do seu Presidente?
Quem é que elege os políticos para estes cargos? Não é o povo? Então, se o povo não quer que os políticos fiquem lá 20 anos, que votem noutros. Agora impedir um autarca (por exemplo), que está a fazer um bom trabalho de continuar na Presidência da Câmara e colocar lá um inútil, só porque o primeiro já lá está há muito tempo, é um absurdo!

Talvez assim possa haver mais uns lugares para uns boys... E não me venham com o argumento do favorecimento do clientelismo, porque esta limitação não muda nada disso... Se quiserem põem lá o primo ou o sobrinho e vai dar tudo ao mesmo... O que é preciso é responsabilização, esse palavrão a que os portugueses são tão avessos!!!

Comentários:

também não percebi que ideia é essa!
se bem que o rotativismo seja bom, mesmo em relação aos politicos; mas a verdade é que não vejo fundamento para a medida a ser tomada...
acima de tudo, e com razão, o que faz falta é responsabilidade!!  

Não vejo bem qual seja o problema. Já existe limitação de pessoas elegíveis. Por exemplo: só de pode candidatar a PR quem tem mais de 35 anos e o PR só pode fazer 2 mandatos consecutivos.
Um cadastro não limpo pode não permitir a candidatura de determinada pessoa, assim como a abstenção em eleições prévias.
A democracia é também isto mesmo: regras, que podem "limitar" de algum modo a "liberdade" de qualquer um de nós.
E sinceramente, acho a medida boa, especialmente em relação a autarcas. Provavelmente conheces mal a realidade de minicipios pequenos, em que e existencia de um presidente com 12, 15 anos de mandato, de poder, de relações, condiciona (e muito) a liberdade de opção das pessoas  

vivemos em democracia?
SE democracia, fôr cada um ter o direito de não cumprir uma lei porque não foi o seu partido que a publicou, então tá!
SE fôr os representantes do povo (os eleitos) acharem e decretarem que democracia não é monarquia, e que os representantes do povo (aqueles que este elege) só o podem ser por X anos, então tá!
SE fôr o mesmo mas porque não se quer que o povo escolha os que acha serem os melhores e os re-elegam, então não tá!
SE fôr para arejar os ditos, então não é preciso lei, mas sim bom senso POLÍTICO.  

A nossa democracia reside na politica do Factor C ... acho que nao preciso de acrescentar mais nada  
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quinta-feira, abril 14, 2005

Areia...

E continuam a tentar lançar-nos areia para os olhos...

Hoje, na TSF ouvi esta pérola, acerca da venda da rede fixa de telecomunicações à PT: "... a Comissão Europeia de Durão Barroso, vai agora analisar a venda da rede fixa de telecomunicações em condições de monopólio à PT, feita pela mesmo Durão Barroso, quando era primeiro-ministro, no ano 2000."

Decidam-se... se foi Durão Barroso, não pode ter sido em 2000. Se foi em 2000, não pode ter sido Durão Barroso... Será que agora, já nem sequer querem assumir as responsabilidades das suas decisões?...

É hoje


Finalmente, com 16 anos de avanço é inaugurada a Casa da Música!!! (eu explico... se neste país está tudo 20 anos atrasado, como a Casa da Música só se atrasou 4, acaba por estar pronta 16 anos em antecedência...)
E finalmente, o Porto tem um centro cultural como já há muitos anos precisava. Depois de uma gestão ruinosa da Cidade e do Porto 2001, por parte de umas certas elites socialistas, é hoje inaugurado o grande marco do Porto 2001 Capital Europeia da Cultura. Pena que tenha custado mais do que os Estádios do Euro... o que não poderia ser feito com 100 milhões de euros???

Parabéns ao Porto e que permitam que a Casa da Música seja um referencial da Cultura em Portugal

Comentários:

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quarta-feira, abril 13, 2005

Trapalhadas?

Em tempos que já lá vão, um certo primeiro-ministro foi severamente criticado pelos media, por membros do seu governo dizerem coisas diferentes todos os dias... Vejamos o que acontece hoje em dia:

Ministro da Saúde, 10h: Os utentes que recorrem a Consultas de Urgência, injustificadas, segundo a opinião dos médicos, pagarão uma taxa moderadora mais elevada.
Reação do "povo" claramente contra a medida.
Ministro da Saúde, 15h: Ah... pois... Isso era só uma ideia, só um exemplo. Não, nunca nos passou pela cabeça fazer isso!

Ora aqui está, como uma boa medida (apesar de impraticável por inúmeros condicionalismos: -o que é urgente? -para decidir se é urgente ou não o médico teria que examinar. -a pressão de decisão iria passar uma vez mais para as mãos do médicos, etc), devido à contestação popular é de imediato transformada em apenas uma ideia... Melhor do que isto, só convecer 2 milhões de eleitores que as promessas eram apenas objectivos.

Parece que o melhor socialismo guterrista está de volta! E nem o PEC nos salva!!!

Comentários:

Infelizmente, estou de acordo. É um governo de publicistas de 2ª apanha. Ou pelo menos no arranque parece. E o Sócrates anda deslumbradito. O outro tinha o ami Miterrand, este é o amigo Zapatero, coño!  

É... pelo menos com o "outro" Governo, as decisões eram tomadas. Podia-se discordar delas, mas havia a coragem política necessária para fazer mudanças e responder por elas...  

O homem não tem coragem até às autárquicas.
Quanto às taxas moderadoras, mais de 60% da opulação está isenta, a saber:
Crianças até aos 12 anos, pessoas com rendimentos até ao ordenado mínimo nacional, bombeiros voluntários, dadores voluntários e doentes crónicos com uma panoplia de doenças, algumas declarações em que a culpa é do médico. Nos reformados o que conta é a pensão, mesmo que sejam a pessoa mais rica do burgo, e não há meio de dar a volta a esta legislação. Lembro ainda que estes reformados ricos e não são poucos pagam os medicamentos pela taxa máxima de comparticipação. Uma boa medida aumentar as reformas até ao ordenado mínimo nacional e acabavam-se boa parte das isenções e das comparticipações máximas po medicamento.
Para quem não quer uma medicina para ricos e outra para pobres, acho estranho os com mais posses terem as mesmas comparticipações nos medicamentos a 100%.
Mas quem mexe nos sigilos bancários, e depois quem financiava os partidos?  

A propósito o presidente da república precisa de ser avaliado psicológicamente ou por neurologista, tem um grave problema de só ouvir com umladodocérebro ou tem lesão nas fixas que ligam o hemisfério direito ao esquerdo, ou ainda mais grave começa a notar-se que efabula muito, seria do recôbro?
É melhor falar com o CM, TVI,TSF,sic ou outros.  
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segunda-feira, abril 11, 2005

No te entiendo...

Estava ontem a conversar com uma amiga da família, quando esta se começou a queixar dos médicos. Porque isto, porque aquilo, porque as pessoas saiem dos hospitais pior do que o que lá entraram, patati patatá... Mas entre todas estas "queixas" veio uma que não se pode admitir...

Tinha ido a um Psiquiatra, espanhol pelos vistos.
Logo à entrada: Que pasa con usted?
- Ah, tenho andado triste. Não sei o que faço, não me lembro das coisas...
- Qué? No te entiendo...
E dito isto, passa uma receita, entrega-lha e manda-a sair.

Dando o devido desconto à "forma" como a história foi contada, é um facto que "alguns" dos médicos espanhóis que para cá vêm, por "defeito civilizacional" recusam-se a aprender a falar e ouvir português. Quantas vezes já não ouvi os doentes a tentar falar portunhol para se fazerem entender pelo médico.

A competência não se mede só pela capacidade técnica. E felizmente que há muitas "excepções" a esta "regra"...

Comentários:

1- provas de português urgentemente
2- para ganhar menos do que em Espanha, vale o sacrifício de aprender o português?
3- não são defesas. São constactações  

Jocaponga, já existem essas provas. Chamam-se provas de comunicação médica e qq médico espanhol, antes de se ingressar num internato ou pedir equivalencia de especialidade tem q a realizar. Diga-se, em abona da verdade, que os recém licencidos portugueses também têm que fazer essa prova, o que pode parecer aberrante...

Não ganham assim tão menos que em Espanha, até pq lá estavam desempregados ou andavam a fazer biscates. E têm outra vantagem: trabalham bem menos!

É como dizes, medman. Uma coisa gira é ver um doente portugues (algarvio) chegar á urgência e ser atendido por um espanhol. O médico mantém o seu discurso autoritário, não se desviando quase nada do seu castelhano com 1 ou 2 termos aportuguesados. O doente, que começa num típico algarvio, acaba num esforçado portunhol, tipo: mira, me doi aqui! e aponta, aflito.  

o mesmo (ou pior) se passa com enfermeiros espanhóis. mas sei duma médica espanhola que, no bar do hospital, pediu «um café e una queca». a resposta não tardou:«o café é para já, a queca temos que ver...»:)  

insisto: "provas de português urgentemente" e sei porque o digo....  

pois jocapoga... compreendo-te perfeitamente (fiz a minha "prova de comunicação médica" há poucos dias... e acho que nunca participei numa farsa tão grande como esta...)

O problema é que as leis comunitárias, não permitem os cidadãos sejam discriminados com base na sua língua e portanto... não lhe pode impôr um exame de português... da mesma forma que se nós formos para qualquer país europeu, temos o mesmo direito de nos candidatar a qualquer cargo público, mesmo sem conhecimentos de língua.
E para todos os efeitos estes médicos espanhóis fizeram o exame de acesso à especialidade, portanto, são capazes de perceber a língua. O problema, na maioria dos casos é a nível cultural, porque se recusam a "aprender" a falar português... é como falar muito alto e dar nas vistas... está-lhes nos genes!!!  

Eu sei q essas provas são uma "farsa" (já fiz juris) especialemente pq praticamente não há chumbos, e podia (e devia haver)haver. Bastava existir alguma exigência de q o médico conseguisse comunicar eficazmente com o doente, e mts vezes não consegue.
Numa dessas provas, à pergunta de que tinha morrido o pai, um velhota algarvio da serra respondeu à médica espanhola: duma marrada dum bode!!
Eu vi os olhos de pânico dela. perguntou mais 2 vezes e obteve a mesma resposta. Tive q lhe dar uma ajudinha...

E aos espanhois está-lhes mesmo nos genes. Eles nunca conseguirão falar qq lingua que não seja a deles. nem português, nem inglês, nem nada! Só espanholices  
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domingo, abril 03, 2005

DE LABORE SOLIS

Diz a Profecia de Malaquias (bispo irlandês do século XII), que seria esta a qualificação do Papa João Paulo II - O trabalho do Sol!

Se é certo que os epítetos utilizados por Malaquias, são suficientemente vagos para se poderem aplicar a quase tudo, também é certo que têm revelado algumas coincidências digamos que interessantes.

É contudo um epíteto interessante para homenagear a vida deste homem, que percorreu o mundo a levar a sua fé e que foi sempre um verdadeiro apóstolo da Paz. Quem me conhece, sabe que não sou crente em Deus, e que critico alguma hipocrisia da Igreja Católica e o seu "anacronismo cultural". Mas isso não me impede de admirar um Homem, que apesar das contrariedades, sempre lutou para defender os seus ideais, sempre se deu aos outros e promoveu a congregação das religiões e a busca da Paz. A personificação da bondade e da serenidade, que viveu toda a sua vida de forma coerente até ao último suspiro. Que toda(s) a(s) igreja(s) lhe seguissem o exemplo...

A mim resta-me dizer, obrigado pela tua vida e obra (ele perdoar-me-á esta "intimidade"). Aos católicos, resta-lhes acreditar que a sua alma voltou para junto do Criador e esperar pela chegada do DE GLORIA OLIVAE (será esta uma referência a Portugal?), o penúltimo Papa, antes do final da Igreja do Deus verdadeiro.

Comentários:

Há quem diga que este era o antepenúltimo... Daqui a duas semanas talvez já se perceba melhor... As profecias são sempre muito engraçadas!  

Acreditas nessas profecias???  

Claro que não... é como o horóscopo... suficientemente vago para poder ser aplicado a todas as circunstâncias!
Mas lá que tem piada, tem...  
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