terça-feira, abril 22, 2008

Dia da Terra

Hoje, o Público vem com um suplemento, com o apoio da Sociedade Ponto Verde, relativo ao Dia da Terra.
Mas não será desse suplemento que agora escreverei. Apenas aqui deixarei algumas palavras, de puro leigo na matéria, para assinalar este dia. Assim sendo recorrerei a uma expressão que li num artigo referente a arquitetura:
"Menos é Mais!".

Utilizando esta máxima, e recorrendo a algumas notícias recentes, verificamos que no nosso país passa-se exactamente o oposto. Por cá o que interessa é mais e mais. No que a estradas e vias de comunicação diz respeito, importa é fazer mais e mais, tornando Lisboa na cidade europeia com maior número de auto-estradas. Não fosse isso suficiente, temos montes de estradas. Mas ao que parece más estradas e más auto-estradas.
Sendo que não vivo na capital reporto alguma experiência pessoal nas auto-estradas e IP's do Norte, onde subidas e descidas (de declive considerável) são uma constante. Não seria mais sustentável (a longo prazo) a construção de túneis e pontes? Os custos com a manutenção diminuiriam (pois seriam menos quilómetros). Por outro lado a poupança, por parte dos condutores, em termos de combustível e manutenção dos veículos seria considerável. Não menos importante seria o menor impacto ambiental e menor poluição.
Mas de volta à capital, e um pouco por todo o país, importa saber o porquê de tantos acessos às grandes cidades. Até aqui temos mais e mais e não menos. Não existem transportes públicos em quantidade e qualidade suficiente. Não existe planeamento urbanistico de qualidade, e a construção em altitude impera, o que leva a um racio habitante/km de estrada provavelmente elevado. Estas e outras situações levam à falência dos acessos às nossas cidades e promovem a contrução de mais e mais acessos, sendo que eles nos prejudicam a qualidade de vida e reduzem em muito os espaços verdes de qualidade. Mais uma vez actuamos tipicamente à portuguesa, importa é solucionar a curto prazo, não importa criar planos pensados e a longo prazo.

Posto isto, e já é mais do que estava pensado, levanto as questões:
Porque se pedem constantemente sacrifícios individuais quando não existe exemplo dos responsáveis?
Para que nos sacrificamos a separar o lixo e utilizamos os transportes públicos, se ninguém (com responsabilidade) procura um plano estratégico pensado e apoiado por diversas áreas da sociedade?