segunda-feira, dezembro 10, 2007

O internato e tronco comum

A meu ver um internato inferio a 2 anos não faz grande sentido, principalmente porque esse é o tempo estabelecido pela ordem dos médicos para que um médico garanta a sua autonomia. Assim, defendo que ao longo do internato geral, com a tal duração dos 2 anos, as passagens por medicina interna, clinica geral e cirurgia geral sejam obrigatórias. Se cada uma destas tiver a duração de 4 meses, completando 1 ano, ainda existe tempo para a realização de mais 3 "rotações" opcionais.
Após a realização do internato geral deveria existir uma primeira escolha entre um ramo médico ou cirúrgico, o que levaria a um novo período de 2 anos de internato numa dessas áreas. Ao longo deste período o jovem médico, além de várias rotações por entre diversas especialidades do tronco pretendido, teria de se propôr a exame de medicina ou cirurgia. Exame esse composto por diversos patamares, independentes e ordenados: prática, teórica e oral. Assim sendo sem que a aprovação na componente prática fosse obtida não seria permitido o acesso à teórica e sem estas duas à oral. Estes exames deveriam ser realizados mais do que uma vez ao ano e estar sobre a alçada da Ordem dos Médicos e seus colégios da especialidade (medicina interna e cirurgia geral).

Que benefícios traz este método?
  • promove um maior interesse pela componente prática e "devoção" ao doente (que no modelo actualmente existente em Portugal, practicamente não existe)
  • promove a valorização curricular pessoal (quanto mais um interno trabalhar maior se torna o seu curriculum e maior a confiança do "chefe")
  • promove a diferenciação médica vs cirurgica (não faz sentido que um aluno decore "trivialidades" sobre medicina interna, se pretende uma diferenciação cirúrgica; e vice-versa)
  • liberta os especialistas para um trabalho mais diferenciado, tendo menos trabalho de enfermaria, onde apenas têm que discutir os casos com os internos e ver os doentes 1 ou 2 vezes ao longo do internamento.