terça-feira, junho 13, 2006
Porque não um processo?
Depois de a maternidade de Elvas ter encerrado, mesmo com um parcer contrário do tribunal, já há "inconvenientes" lamentáveis, na Europa no século XXI. Quem será o responsável pelo ocorrido? Não deverá ser chamado à justiça?
Comentários:
«Inicial
Segundo ouvi na rádio foi ordenado, pelo secretário de estado da saúde, que fosse levantado um inquérito ao sucedido.
O lamentável caso é, de facto, também "incoveniente", nomeadamente para os defensores do encerramento de algumas maternidades, como é o caso de Elvas.
E, é, acima de tudo, politicamente "embaraçoso" para o Ministério da Saúde.
Perante estas circunstâncias (concorrentes) só espero que o "bode expiatório" (é preciso arranjá-lo, não é?)desta lamentável ocorrência não seja o médico de serviço em Elvas.
Já começou a ser lapidado pelo chefe dos bombeiros locais...
O lamentável caso é, de facto, também "incoveniente", nomeadamente para os defensores do encerramento de algumas maternidades, como é o caso de Elvas.
E, é, acima de tudo, politicamente "embaraçoso" para o Ministério da Saúde.
Perante estas circunstâncias (concorrentes) só espero que o "bode expiatório" (é preciso arranjá-lo, não é?)desta lamentável ocorrência não seja o médico de serviço em Elvas.
Já começou a ser lapidado pelo chefe dos bombeiros locais...
Vamos a ver se nos entendemos!
Sei que é dificil fazer uma análise fria dos factos ou não se tratasse de uma jovem mãe que perdeu um filho...
Mas... e há sempre um mas...
Se Elvas não tivesse fechado a maternidade teria mesmo sido diferente?
Teria a Maternidade de Elvas uma Unidade de Neonatologia capaz de suportar um RN pré-termo com 24 semanas?
De que serviria o acompanhamento clínico na ambulancia na situação descrita?
Tanto quanto se descreve a rotura de membranas ocorreu 1 hora após a chegada a Portalegre e portanto, supõe-se, já com o tratamento tocolitico em curso. É claro que não sabemos se tal tratamento foi aplicado, até porque a decisão de o iniciar nesta fase de gestação é muitas vezes controversa e dependente de muitas variáves! Não esquecer que, para a maioria dos autores, trabalho de parto antes das 20 semanas é considerado abortamento espontaneo e não ameaça de parto pré-termo (e esta gestação era apenas de 24 semanas)!
Se a isto adicionarmos o facto de os agentes farmacológicos disponíveis para tocólise(agonistas beta adrenergicos, sulfato de magnesio, bloquadores de canais de cálcio, inibidores da COX, antagonistas dos receptores da ocitocina, "dadores" de óxido nitrico) terem uma eficácia muito marginal (quase todos com eficácia igual ao placebo nos estudos existentes; e os que foram ligeiramente superiores a placebo apenas possuem 1 a 2 estudos a afirmá-lo)...
O que resta então?
Muito provavelmente um infeliz desfecho, de uma gestação de 24 semanas, que ocorreu de forma totalmente independente do facto da Maternidade de Elvas ter encerrado no dia da sua ocorrência.
Estivesse a Maternidade em funcionamento e este teria sido mais um caso de parto pré-termo / abortamento espontaneo semelhante a outros que seguramente existem nos registos clínicos da Maternidade de Elvas (como em qualquer outra Maternidade!)
Por isso meus amigos, usem os argumentos que quiserem para questionar a bondade/utilidade/oportunidade da decisão politica em relação ao encerramento das Maternidades mas não instrumentalizem esta triste coincidência!
Sei que é dificil fazer uma análise fria dos factos ou não se tratasse de uma jovem mãe que perdeu um filho...
Mas... e há sempre um mas...
Se Elvas não tivesse fechado a maternidade teria mesmo sido diferente?
Teria a Maternidade de Elvas uma Unidade de Neonatologia capaz de suportar um RN pré-termo com 24 semanas?
De que serviria o acompanhamento clínico na ambulancia na situação descrita?
Tanto quanto se descreve a rotura de membranas ocorreu 1 hora após a chegada a Portalegre e portanto, supõe-se, já com o tratamento tocolitico em curso. É claro que não sabemos se tal tratamento foi aplicado, até porque a decisão de o iniciar nesta fase de gestação é muitas vezes controversa e dependente de muitas variáves! Não esquecer que, para a maioria dos autores, trabalho de parto antes das 20 semanas é considerado abortamento espontaneo e não ameaça de parto pré-termo (e esta gestação era apenas de 24 semanas)!
Se a isto adicionarmos o facto de os agentes farmacológicos disponíveis para tocólise(agonistas beta adrenergicos, sulfato de magnesio, bloquadores de canais de cálcio, inibidores da COX, antagonistas dos receptores da ocitocina, "dadores" de óxido nitrico) terem uma eficácia muito marginal (quase todos com eficácia igual ao placebo nos estudos existentes; e os que foram ligeiramente superiores a placebo apenas possuem 1 a 2 estudos a afirmá-lo)...
O que resta então?
Muito provavelmente um infeliz desfecho, de uma gestação de 24 semanas, que ocorreu de forma totalmente independente do facto da Maternidade de Elvas ter encerrado no dia da sua ocorrência.
Estivesse a Maternidade em funcionamento e este teria sido mais um caso de parto pré-termo / abortamento espontaneo semelhante a outros que seguramente existem nos registos clínicos da Maternidade de Elvas (como em qualquer outra Maternidade!)
Por isso meus amigos, usem os argumentos que quiserem para questionar a bondade/utilidade/oportunidade da decisão politica em relação ao encerramento das Maternidades mas não instrumentalizem esta triste coincidência!
Osso. Isso nem parece teu... Não caias em 'tabloidismos'! És um futuro médico, culto e com noção da realidade. Sabes tão bem como eu que se o bloco de partos não tivesse sido fechado o desfecho seria provavelmente o mesmo.
Num Hospital com maternidade como o de Elvas (igual a tantos outros por aí) tem o dever de transferir problemas como aquele que se passou para hospitais mais diferenciados. Mais, não teria adiantado nada se a dita transferência tivesse sido feita em ambulância medicalizada, como o bombeiro (quasi caro colega, pelo que demonstrou) queria. Mais, se o caso se tivesse passado no Porto ou em Lisboa, o desenrolar da situãção teria sido provavelmente o mesmo.
Aproveitamento político...
Não caiamos em demagogia.
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Num Hospital com maternidade como o de Elvas (igual a tantos outros por aí) tem o dever de transferir problemas como aquele que se passou para hospitais mais diferenciados. Mais, não teria adiantado nada se a dita transferência tivesse sido feita em ambulância medicalizada, como o bombeiro (quasi caro colega, pelo que demonstrou) queria. Mais, se o caso se tivesse passado no Porto ou em Lisboa, o desenrolar da situãção teria sido provavelmente o mesmo.
Aproveitamento político...
Não caiamos em demagogia.
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