quarta-feira, novembro 01, 2006

Fair Play

Desculpem , uma vez mais, de vir para aqui com o futebol.

Ao folhear um dos jornais desportivos, no passado sábado, não consegui deixar de ler uma notícia que revela um elevado nível de Fair Play, por parte dos adeptos de um clube escocês. Não é que os escoceses vão homenagear um húngaro, que veio do seu país e sempre jogou em Portugal (e ao que me lembro nunca defrontou equipas escocesas). Mas porquê? A única coisa que o rapaz "fez" foi morrer em campo durante um jogo para o campeonato nacional. Mas apesar de este nome, Miklos Fehér, (aparentemente) não lhes dizer nada, vão prestar-lhe uma simples homenagem. Como se isso, por si só, não fosse de enaltecer ainda angariaram dinheiro para doar a um hospital lisboeta. Aqui saltam-me imensos pontos de interrogação à cabeça.

Que relação tem (ou tinha) o Mikki com hospitais? (nenhuma, digo eu)

Será que estes escoceses sabem que Portugal é da UE? Se sabem, devem ter conhecimento que é dos paises menos desenvolvidos da União. Se não sabem, devem pensar que é um país do terceiro mundo onde só se joga futebol e nunca leram o texto do Nicolau Santos.

Será que os adeptos portuguese se lembrariam de prestar homenagem a um qualquer inglês e angariar dinheiro para doar a um qualquer hospital inglês? Quase de certeza que não. Eles são mais desenvolvidos, mais ricos, ganham mais ao fim do mês, .... inúmeras causas poderiam ser apontadas para justificar tal atitude.

Mas agora, como é que uma cambada de "arruaceiros e bêbados" (hooligans e bêbados é como são conhecidos os britânicos) consegue pensar numa boa acção como esta? Só podem ter boa educação e o hooliganismo ser uma excepção e a bebedeira uma diversão.


Mas depois de tamanha notícia veio o fim de semana com um clássico Porto vs. Benfica nesse mesmo sábado. Como entrada houve acusações entre direcções (durante a semana) e como sobremesa tivemos mais acusações por causa de alguns incidentes (lesões, má educação e dizem até que xenofobia). Como se isso não chegasse também há notícias de mais violência, essa muito mais física, pela segunda divisão.

São dois contrastes completamente dispares que são aqui contados. Para concluir basta dizer que no Reino Unido não é necessário os clubes apresentarem queixinhas (com é semanalmente feito em Portugal) para que hajam punições severas.

Comentários:

Osso,
Entendo o seu post, até porque o futebol suscita muita paixão, mas o tom provocatório e a veleidade com que trata um caso de morte súbita deixam-me no mínimo desconfortável... Lembro-lhe então, possivelmente não se recorda, que o dito húngaro, a última coisa que "fez" no segundo anterior a cair inanimado foi sorrir ao árbitro ante um cartão - muito mal mostrado, por sinal... (Fairplay?)- e essa imagem correu o mundo (eu pelo menos vi-a fora de Portugal). Não obstante, concordo consigo na telenovela em que se transforma cada derby em Portugal, na caracterização dos nossos beneméritos escoceses e até em quando supõe que eles nos acham uns pobres coitados, um daqueles povos de quinta, atulhado em défices e dívidas, com um sistema de saúde precário e com hospitais a precisarem urgentemente de verbas. (Porque pobrezinhos e de quinta não somos nem por sombras, mas lá que precisamos, presisamos, ou não?) ;) Jinhos.  

No que diz respeito á situação em que vive o futebol profissional (aqui ou em Inglaterra) esta separação, esta destrinça, parece-me artificial.
São todos muito parecidos (para não dizer iguais).  

Oh vim visitar o seu espaço caro amigo e sai-me futebol... lol antes politica. Não aprecio futebol, o dinheiro que envolve, o mau ambiente e a falta de desportivismo. Passo cá noutra altura...  
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