segunda-feira, janeiro 03, 2005
Saudades,,,
As saudades que eu já tinha de um hospital central...
O trânsito para lá chegar, a confusão para estacionar, a avalanche de funcionários quais formigas a marchar em direcção ao trabalho, um mar de batas brancas, a mudança de turno na urgência, as caras conhecidas, as paredes manchadas e os doentes internados...
E começou em grande o 1º dia na Pediatria! Uma sala cheia de doentinhos, novos colegas, novas rotinas, tudo é diferente menos os problemas sociais...
Ela, uma jovem mãe. Saiu de casa há 6 meses, abandonando marido e filho (na altura com 11 meses). Ele, pessoa humilde, tenta criar o filho conforme sabe e com a ajuda da família. Passa com ele os tempos livres, arranja quem lho "guarde" quando vai trabalhar. Tem outro filho, de uma outra mulher, com 18 meses. A criança (com 17 meses) irrequieta e curiosa, lembrou-se de engolir um amendoim... Falta de ar, carregada de urgência para o hospital e daí transferida para um hospital central. Sedada, entubada. Corpo estranho removido. Criança estável - vai regressar ao hospital da área.
A mãe, descobriu que o filho estava internado. Foi visitá-lo hoje. Não dirigiu palavra ao pai, que passou o ano a velar pela criança... até hoje. Informa-nos que não quer que o filho seja transferido. Que agora está a morar noutro sítio e esse hospital fica longe... Que não quer a criança com o pai. Quer que os médicos entreguem a criança aos pais dela!
Assistente social de férias, uma família em farrapos, uma criança que sofre...
O trânsito para lá chegar, a confusão para estacionar, a avalanche de funcionários quais formigas a marchar em direcção ao trabalho, um mar de batas brancas, a mudança de turno na urgência, as caras conhecidas, as paredes manchadas e os doentes internados...
E começou em grande o 1º dia na Pediatria! Uma sala cheia de doentinhos, novos colegas, novas rotinas, tudo é diferente menos os problemas sociais...
Ela, uma jovem mãe. Saiu de casa há 6 meses, abandonando marido e filho (na altura com 11 meses). Ele, pessoa humilde, tenta criar o filho conforme sabe e com a ajuda da família. Passa com ele os tempos livres, arranja quem lho "guarde" quando vai trabalhar. Tem outro filho, de uma outra mulher, com 18 meses. A criança (com 17 meses) irrequieta e curiosa, lembrou-se de engolir um amendoim... Falta de ar, carregada de urgência para o hospital e daí transferida para um hospital central. Sedada, entubada. Corpo estranho removido. Criança estável - vai regressar ao hospital da área.
A mãe, descobriu que o filho estava internado. Foi visitá-lo hoje. Não dirigiu palavra ao pai, que passou o ano a velar pela criança... até hoje. Informa-nos que não quer que o filho seja transferido. Que agora está a morar noutro sítio e esse hospital fica longe... Que não quer a criança com o pai. Quer que os médicos entreguem a criança aos pais dela!
Assistente social de férias, uma família em farrapos, uma criança que sofre...
Comentários:
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E é só mais um caso entre tantos dignos de relato na Saúde em Portugal..
Já agora: qual é o hospital central?
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Já agora: qual é o hospital central?
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