terça-feira, setembro 05, 2006
Genéricos
Já há muito tempo que para aqui não escrevia... Mas tinha de desabafar com alguém... sobre genéricos.
A ideia dos genéricos foi criada há uns anos atrás, na tentativa de diminuir o preço dos medicamentos, criando uma espécie de produtos brancos, na sequência da experiência com muitos produtos vendidos em supermercados (vide produtos Auchin nos supermercados Jumbo, marca Continente, etc).
Os medicamentos deviam ser comprados em grandes quantidades às marcas de criação, ou adquirido o processo de fabrico, para fabrico próprio, embalado em 'caixa branca', e não gastar em publicidade.
As regras de funcionamento de um Centro de Saúde obriga a que despensemos (palavra feia mas fui verificar ao dicionário) tempo no nosso calendário, entre consultas, para ouvir os delegados de informação médica (DIMs).
Nada de mais, pois alguns (poucos) são portadores de informação de novos medicamentos, novas formulações, novas regras de prescrição, etc.
O que eu não entendo é como é que ultimamente tenho aturado mais DIMs de genéricos que das marcas clássicas. Mais em número e mais em tralhas que transportam para que nos relembremos dos seus produtos quando voltamos para os consultórios... E esses nunca trazem novidades clínicas ou científicas. Apenas 'porque o nosso é mais barato que o da concorrência'. E neste momento já não são concorrência dos de marca, mas entre si.
Era suposto que não encarecessem os medicamentos com dezenas de DIMs espalhados pelo país, com lencinhos, toalhetes, marcadores de livros, inúmeros prospectos. Sim, porque o preço da publicidade está obrigatoriamente diluído no preço da caixinha. Os genéricos de momento não são mais que outras marcas de medicamentos, com a única diferença de não terem investigação própria...
Mais uma achega em relação aos genéricos. Com a quantidade de marcas de genéricos autorizados em Portugal, quando eu quero receitar um Omeprazol (protector gástrico para leigos), vejo no meu computador mais de uma centena de formulações. Se para nós pode ser uma dor de cabeça poder fazer uma escolha estudada (qual o melhor para o doente), nem quero imaginar a dor de cabeça dos srs farmaceuticos que têm (ou deveriam ter) todas essas caixas em stock...
Isso lançará nova discussão (para outro dia) sobre a autorização ou não da mudança da marca do medicamento pelo farmacêutico.
A ideia dos genéricos foi criada há uns anos atrás, na tentativa de diminuir o preço dos medicamentos, criando uma espécie de produtos brancos, na sequência da experiência com muitos produtos vendidos em supermercados (vide produtos Auchin nos supermercados Jumbo, marca Continente, etc).
Os medicamentos deviam ser comprados em grandes quantidades às marcas de criação, ou adquirido o processo de fabrico, para fabrico próprio, embalado em 'caixa branca', e não gastar em publicidade.
As regras de funcionamento de um Centro de Saúde obriga a que despensemos (palavra feia mas fui verificar ao dicionário) tempo no nosso calendário, entre consultas, para ouvir os delegados de informação médica (DIMs).
Nada de mais, pois alguns (poucos) são portadores de informação de novos medicamentos, novas formulações, novas regras de prescrição, etc.
O que eu não entendo é como é que ultimamente tenho aturado mais DIMs de genéricos que das marcas clássicas. Mais em número e mais em tralhas que transportam para que nos relembremos dos seus produtos quando voltamos para os consultórios... E esses nunca trazem novidades clínicas ou científicas. Apenas 'porque o nosso é mais barato que o da concorrência'. E neste momento já não são concorrência dos de marca, mas entre si.
Era suposto que não encarecessem os medicamentos com dezenas de DIMs espalhados pelo país, com lencinhos, toalhetes, marcadores de livros, inúmeros prospectos. Sim, porque o preço da publicidade está obrigatoriamente diluído no preço da caixinha. Os genéricos de momento não são mais que outras marcas de medicamentos, com a única diferença de não terem investigação própria...
Mais uma achega em relação aos genéricos. Com a quantidade de marcas de genéricos autorizados em Portugal, quando eu quero receitar um Omeprazol (protector gástrico para leigos), vejo no meu computador mais de uma centena de formulações. Se para nós pode ser uma dor de cabeça poder fazer uma escolha estudada (qual o melhor para o doente), nem quero imaginar a dor de cabeça dos srs farmaceuticos que têm (ou deveriam ter) todas essas caixas em stock...
Isso lançará nova discussão (para outro dia) sobre a autorização ou não da mudança da marca do medicamento pelo farmacêutico.
Comentários:
«Inicial
Se "aturar" DIM's já não se admite num país civilizado, quanto mais aturar vendedores de medicamentos "brancos"!
Há países onde as empresas farmacêuticas não podem pagar a formação contínua aos médicos. E delegados nos hospitais são como uma miragem.
Há países onde as empresas farmacêuticas não podem pagar a formação contínua aos médicos. E delegados nos hospitais são como uma miragem.
Os genéricos são também outra coisa.
Um grande "negócio" para a ANF que, para realizá-lo, não precisa de DIM's
Um grande "negócio" para a ANF que, para realizá-lo, não precisa de DIM's
Ora...
A ANF para além de controlar em Portugal a distribuição dos medicamentos (o que já não é pouco), através de empresas suas subsidiárias tem relevantes interesses em Laboratórios de genéricos que entretanto foram proliferando, como cogumelos, neste País.
Os trabalhadores do sector da saúde conhecem bem este tentacular envolvimento. É só perguntar nos lugares certos às pessoas certas (não ao Dr. João Cordeiro!).
Aliás, permita-me só uma pergunta:
Porque é que a ANF defende acerrimamente os genéricos (medicamentos, em princípio, mais baratos) se, com a venda destes, os seus associados (farmácias) auferem menos lucros?
A ANF para além de controlar em Portugal a distribuição dos medicamentos (o que já não é pouco), através de empresas suas subsidiárias tem relevantes interesses em Laboratórios de genéricos que entretanto foram proliferando, como cogumelos, neste País.
Os trabalhadores do sector da saúde conhecem bem este tentacular envolvimento. É só perguntar nos lugares certos às pessoas certas (não ao Dr. João Cordeiro!).
Aliás, permita-me só uma pergunta:
Porque é que a ANF defende acerrimamente os genéricos (medicamentos, em princípio, mais baratos) se, com a venda destes, os seus associados (farmácias) auferem menos lucros?
Li meia dúzia de artigos , e, gostei. Isto é um país da treta, governado por gente da treta e com deputados igualmente da treta. Só assim se justifica isto dos genéricos, do desperdício ou as faltas dos deputados.
Voltarei.
Voltarei.
«...imaginar a dor de cabeça dos srs farmaceuticos que têm (ou deveriam ter) todas essas caixas em stock».
Não é só dor de cabeça, é dinheiro, custo de stock e de armazenagem. Se no seu computador aparecem mais de 100 "omeprazóis", imagine o que é ter - várias unidades - de todas essas caixas em stock.
Quanto ao resto, concordo perfeitamente.
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Não é só dor de cabeça, é dinheiro, custo de stock e de armazenagem. Se no seu computador aparecem mais de 100 "omeprazóis", imagine o que é ter - várias unidades - de todas essas caixas em stock.
Quanto ao resto, concordo perfeitamente.
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