sábado, janeiro 22, 2005

Não come, vomita e tem febre

Não come, vomita e tem febre.
Não come, vomita e tem febre.
Não come, vomita e tem febre.

Próximo!!!

Que surto de gastroenterites! Uma urgência inteira a ouvir estas "queixas": "não come, vomita e tem febre". Lá para as 7 da manhã já não havia paciência - que me desculpem os pais e as crianças, pela minha cara de "sono" e "rabugento"!

Mas entre estas gastroenterites Bennetton (todas iguais, todas diferentes), ainda houve alguns momentos de "riso".
O maior risco de uma gastroenterite vírica (como estas) é a desidratação, por isso o passo inicial muitas vezes é perceber se a criança consegue tolerar líquidos. Para isso, faz a chamada hidratação fraccionada (beber uma colher de soro em cada 3 ou 4 minutos). Muitas vezes esta simples hidratação lenta, é suficiente para resolver o problema da hidratação e dar tempo ao organismo para "recuperar". Mas algumas "mães" não entendem isto desta forma e pensam que se a criança não tolerar os líquidos é "despachada" mais depressa (o que não é verdade pois poderá ter de "ficar a soro"), ou então pior, porque querem a toda a força que a criança fique a soro, mesmo que não precise.

Então, uma conversa de duas mães na sala de espera.
- Mas olhe... dê o copo todo de uma vez à criança, que assim ela vomita logo!

Ou então, uma mãe que entra com a filha ao colo, com um sorriso de "orelha a orelha" e diz:
- Já está Sr. Doutor. Já vomitou! Quer que ela vomite outra vez?
E olha de lado para a filha, aperta-lhe a barriga e... lá vai outro vómito!

Ah... e claro, aqueles saudáveis que lá foram, porque "tiveram um pesadelo", ou porque "acho que ele há 1 semana que não come bem", já lá devem estar de novo... desta vez com "não come, vomita e tem febre", contaminados na Sala de Espera!

Próximo!
Não come, vomita e tem febre.
Não come, vomita e tem febre.
Não come, vomita e tem febre...

Comentários:

A minha experiência é a do lado de cá, da mãe com filha pequena. Felizmente há muito que não tem gastroenterites (desde que deixou o infantário), mas houve um ano em que as trazia constantemente da escolinha. E lá ficava ela doente, pegava à mãe, à empregada, que por sua vez pegava aos filhos, e pegava ainda aos avós e à empregada dos avós... Se todos resolvessem ir às urgências ao mesmo tempo, só nós todos enchiamos a sala de espera :)  

Ai, obrigada pelo seu post. Sou mãe de uma menina de 5,5 meses que está assim desde ontem (domingo). Primeira filha, primeira virose... o pânico, os telefonemas pra' pediatra, as idas às urgências... mas um post assim que me tranquiliza mais um bocado... que ha'-de passar.  
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