sexta-feira, janeiro 14, 2005

Olha outro

Depois dos magníficos exemplos de coerência dados pelo Cenoura (que espectáculo bonito vê-lo a dançar o Vira... o pior é que vira e torna a virar, pelo que acaba por ficar no mesmo sítio - esse palácio que tem em frente um restaurante chinês que ele frequenta com muito prazer - obrigado por ter partilhado isso connosco), eis que outro membro da mesma linha política (sim, aquela na qual todos devemos votar no próximo mês, em nome da estabilidade nacional!!!!), nos presenteia com mais uma pérola da coerência.

Ou seja, a 21 de Setembro, esse senhor disse que a anunciada retirada de benefícios fiscais "É mais um ataque deste Governo à classe média, a que faremos oposição, porque são medidas iníquas, injustas e reveladoras de grande insensibilidade social"
E em 13 de Janeiro, diz que afinal vai manter a redução dos benefícios fiscais, a bem da "estabilidade fiscal"... É caso para dizer, nós somos contra, mas só um bocadinho...

E pensar que alegadamente foi por isto que a "futura maioria parlamentar" votou contra e tanto criticou o actual orçamento de estado...

Comentários:

Suponhamos portanto, hipoteticamente, que o Dr. Medman, que já havia optado por prescindir da abrir uma Conta Poupança Habitação ao não poder usufruir de benifícios fiscais para 2005, resolveu investir, de outra qualquer forma, o mesmo dinheiro.
Ora, com a tomada em posse do novo Governo Socialista, o Dr. Medman descobria, por infortúnio, que afinal sempre iriam existir benefícios fiscais, mas com a contrapartida de aumentar o IRS!
E agora?! Com o dinheirinho empatado, o Dr. Medman não só já não podia fazer a sua poupança habitação, como ainda iria ter de arrotar mais uns contos de reis no IRS.

O Dr. Medman esquece-se que a economia carece de estabilidade e que a conduta responsável nem sempre é aquela que nos permite fazer tudo aquilo que gostaríamos...
Parece-me, portanto, prudente, que o Eng. Sócrates tenha optado por deixar os benefícios fiscais para 2006 (como, de resto, já hoje teve oportunidade de esclarecer).

Com os mais respeitosos cumprimentos,

António Dias Gonçalves - Economista  

Esse "suponhamos" até poderia fazer sentido se não estivéssemos em Janeiro...  

Ah... e obrigado pela visita e pelo comentário!
Espero que possa voltar.  
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