terça-feira, fevereiro 22, 2005
Da fé...
O João tem 8 anos. E foi internado com uma pneumonia.
Coisa simples, diria eu. O garoto começou o antibiótico e melhorou "de imediato".
Dei a notícia à mãe que ele ia ter alta. "Graças a Deus!" - exclamou ela. "Eu até já prometi ir a Fátima dar 12 voltas de joelhos, e ele vai comigo". ("Mas vai a pé" - ao menos isso!)
Pobre criança, que vai ter que assistir a este espectáculo de ver a sua mãe, a quem pediu para não chorar quando ficou internado, ficar com os joelhos em sangue, chorar de dor e quem sabe, dificuldade em andar (pelo menos) durante umas semanas!
A fé não se discute, mas parece-me incrível que num país moderno, em pleno século XXI, ainda se praticam actos tão medievais quanto estes (criticados até pela própria Igreja) e ainda se acredite num Deus cruel e tirano.
Coisa simples, diria eu. O garoto começou o antibiótico e melhorou "de imediato".
Dei a notícia à mãe que ele ia ter alta. "Graças a Deus!" - exclamou ela. "Eu até já prometi ir a Fátima dar 12 voltas de joelhos, e ele vai comigo". ("Mas vai a pé" - ao menos isso!)
Pobre criança, que vai ter que assistir a este espectáculo de ver a sua mãe, a quem pediu para não chorar quando ficou internado, ficar com os joelhos em sangue, chorar de dor e quem sabe, dificuldade em andar (pelo menos) durante umas semanas!
A fé não se discute, mas parece-me incrível que num país moderno, em pleno século XXI, ainda se praticam actos tão medievais quanto estes (criticados até pela própria Igreja) e ainda se acredite num Deus cruel e tirano.
Comentários:
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Não entendo esse tipo de fé, nem esse tipo de promessas. Acho, sinceramente, que a Igreja devia desincentivá-las, e convencer quem quer prometer alguma coisa a fazer promessas construtivas. Ajudar doentes, ser gentil com os vizinhos, fazer as pazes com quem está desavindo seria muito mais proveitoso e nobre do que dar cabo dos joelhos, não seria?
Antigamente também ficava bastante irritado com este tipo de situações, mas fui-me apercebendo de que muitas destas pessoas se limitam a exteriorizar a sua adoração a Deus de acordo com a cultura a que tiveram acesso. A mesma cultura que as leva a manifestar o amor aos filhos com mueitaritos beijinhos (mesmo quando estão constipadas e existe risco de contágio) e a dar bolicaos às crinaças (mesmo que tenham diarreia...). É sempre uma tentação tentar impor aos outros comportamentos "correctos" (ou querer que a Igreja os imponha por nós). Ser capaz de aceitar estas pessoas (mesmo não concordando com as suas práticas) é afinal a tal tolerância (que é sempre mais fácil de praticar com os que são parecidos connosco...).
Por outro lado a nossa sociedade "civilizada" também tem as suas práticas bárbaras como acontece com a manipulação dos sers humanos na sua fase embrionária...
Por outro lado a nossa sociedade "civilizada" também tem as suas práticas bárbaras como acontece com a manipulação dos sers humanos na sua fase embrionária...
Esse tipo de fé é assustador e um mau exemplo. Quanto a mim, há certos actos de fé que deveriam ser proibidos lela Igreja; esse é um deles.
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